Alan Brum - Eu nasci no Complexo do Alemão. Minha avó chegou lá na década de 1950, então minha família e meus pais se casaram ali. Entrei na universidade em 1997 e comecei um trabalho como professor de jovens e adultos. A partir daí, esse grupo se fortalece e a gente cria o Raízes em Movimento em 2001. Hoje temos um trabalho focad(Continua...)
Ana Luiza Nobre - Pergunta difícil. Basicamente, crítica é problema. É uma atividade que envolve juízo, mas não se confunde com julgamento. Por isso o crítico é, por princípio, uma pessoa incômoda, na medida em que problematiza e interroga algo existente.
Guilherme Wisnik - Concordo com o que a Ana falou na medida(Continua...)
Antonio Risério - Em primeiro lugar, é bom lembrar que esses tais “muros” não são uma invenção ou uma especificidade brasileira. Muito pelo contrário. O uso da engenharia de guerra para fins residenciais nos veio dos Estados Unidos, assim como os condomínios fechados, que é como traduzimos “gated communnities”. Aliás, a (Continua...)
Otávio Leonídio - A minha formação foi muito errática. Entrei na escola de arquitetura, em 1984, depois de cursar um ano de economia, mas fui inicialmente um aluno muito desinteressado. Fiz a Universidade Santa Úrsula, que era, na época em que entrei, uma boa escola de arquitetura, uma alternativa ao Fundão [UFRJ]. Fiquei pelo men(Continua...)
Pedro Varella - Os interesses são muitos, através das nossas pesquisas de mestrado é possível explicar um pouco. Eu estudei a capacidade de certas arquiteturas se manterem propensas a novos usos ao longo do tempo, conceito que chamamos de "estruturas abertas". Foi um tema que surgiu durante a pesquisa que resultou no livro do Rio Metr(Continua...)
Alvaro Puntoni - Eu e o João fazemos parte do Grupo SP, que é uma associação que vem desde 2004, q quando o João ainda estudava. Me formei em 1987, pela FAU-USP, e desde 1990 sou professor.
Comecei dando aula de projeto na Universidade de Taubaté. Passei em um concurso público com o Angelo [Bucci], lá era um misto de escola priva(Continua...)
Jane Hall - Assemble is a group of 20 people and we begun because most of us studied architecture together at Cambridge University. We felt the necessity of working together and doing projects, and for that we had to bring skills from other places, so the group grew through contacting people who could help us. The idea was to have a more (Continua...)
João Walter Toscano - Eu gostava de desenhar. Sempre ia para a rua fazer desenhos. Um dia, um amigo do meu cunhado, que fazia engenharia no Mackenzie, sugeriu que eu deveria estudar lá. Respondi: “Não, eu gosto de Itu. Eu estou querendo desenhar melhor”. Ele disse: “Já que você desenha bem, poderia fazer arquitetura”. Lembro (Continua...)
Keller Easterling - Em nosso trabalho de design, estamos tentando ensaiar com os alunos não apenas como fazer a forma do objeto, coisas com figuras e contornos, mas também como criar uma forma ativa. A forma ativa poderia ser um protocolo que se desenvolve ao longo do tempo, mas com frequência é um modo de organizar a interação entr(Continua...)
Kenarik Boujikian: O desafio que entendo premente é a necessidade de mudar a cultura dentro do próprio Judiciário. Vemos que uma grande parcela dele não tem clareza de que seu papel é garantir direitos fundamentais, direitos humanos. Dificilmente essa missão será concretizada se o Judiciário não enxergar como sua real função de(Continua...)
Luiz Felipe de Alencastro - O sistema escravista brasileiro tinha uma escravidão urbana muito importante. Nos Estados Unidos também havia no Sul, mas não eram grandes cidades. O Rio de Janeiro em 1850 tinha 42% da população escrava, com 110.000 escravos entre 260.000 habitantes. Era a maior concentração urbana de escravos desde o f(Continua...)
Nelson Brissac - Com prazer porque estamos ainda em processo de formatação do projeto então é legal poder conversar sobre ele.
A área escolhida para o projeto é na Zona Leste de São Paulo, entre e Avenida Aricanduva e Jacu Pêssego que forma uma espécie de vetor, de vórtice, daí o nome. Essa área começa no Parque Carmo(Continua...)
Lua Nitsche - Recebemos uma educação com foco na liberdade de expressão. Na minha casa ou no ateliê da minha mãe, minha filha pode riscar na parede, no chão, em tudo. É essa liberdade para se expressar que reforça um lado de arquitetura.
Pedro Nitsche - A filha da Lua, de um ano e meio, fica pintando com guache, can(Continua...)
Paulo Tavares - A arquitetura moderna é estruturalmente colonial, e vemos grandes exemplos disso em vários territórios no mundo. A produção arquitetônica moderna que aconteceu na África colonial durante a primeira metade do século XX, quando esses territórios ainda eram ocupados por europeus, por exemplo. Temos que falar em term(Continua...)
Raquel Rolnik - Hoje, tanto na arquitetura como em outros campos, nós estamos vivendo um momento de um repensar. De um repensar a profissão, de um repensar o seu papel dentro da profissão. Eu me formei em arquitetura nos anos 1970, e minha formação estava muito vinculada ao projeto utópico do modernismo. E o projeto utópico do mode(Continua...)
Silvia Federici - A esfera pública ainda é controlada pelo Estado. Conseguir ocupar, usar o "espaço público", é uma luta contínua, especialmente intensa hoje, porque o espaço público está cada vez mais privatizado, mais dedicado a empreendimentos comerciais, e submetido a condições restritas de acesso. Não existe um modelo ún(Continua...)
Fernanda Barbara - Nós somos da mesma turma da FAU-USP, entramos em 89 e saimos em 93, 94, mais ou menos, então foi um grupo que caminhou junto durante todo o curso. E no começo do curso nós fizemos uma revista que se chamava Caramelo. Isso foi uma oportunidade de trabalhar junto, e inventar um jeito de discutir na faculdade que não (Continua...)
Acho que a palavra trajetória é bastante enganosa porque sugere que há uma direção. Mas, se eu tivesse de descrever minha trajetória intelectual, eu diria que ela foi motivada mais pelas exigências pessoais das relações: onde eu estava, quem eu era. Sou indiana por nascimento e um produto de uma geração de pais que vivenciaram a Indep(Continua...)
É absolutamente lógico que as pessoas estejam em guerra. A condição de vida, de vida normal, já não existe mais. As pessoas estão vivendo em péssimas condições. Todo mundo sabe que, em última instância, o fim da Primeira Guerra Mundial foi provocado pela gripe espanhola, quando todos os soldados, de ambos os lados, ficaram muito doen(Continua...)
Eu acho que o MIT é um lugar especial porque, desde o início, ele teve uma agenda social forte, com intuito de construir um mundo melhor. São a mão e a mente, juntas, moldando o mundo. Sempre tivemos isso como base. Nós construímos os fundamentos da Escola a partir disso, e a agenda social sempre fez parte dela; essa máxima sempre fez mui(Continua...)
É até difícil sinalizar um momento em que eu me entendi nessa luta, porque para mim é uma rotina, uma sequência diária. Estou sempre defendendo alguma coisa e tentando entrar nos espaços que se mostram fechados. Isso foi uma constante em minha vida. Mas acho que tem um momento que eu comecei a entender que existia um movimento indígena o(Continua...)
Eu trabalho na Amazônia há quase 35 anos. O fio condutor sempre foi a ideia de que a informação de qualidade tem um peso decisivo no destino da região. Todas as coisas que eu faço têm a ver com geração de novos conhecimentos, com informação que faça sentido no contexto sociocultural e institucional da Amazônia, além do político-ec(Continua...)