Ailton Krenak - É muito significativo estarmos falando sobre esse histórico do colonialismo – o movimento de tomada de territórios pelo Ocidente, que se estendeu a ponto de ocupar essa grande região americana. Outro dia, eu estava refletindo sobre a correção de chamar os povos originários deste continente de “ameríndios”. Ch(Continua...)
Ailton Krenak - Se pensarmos na própria ideia das fronteiras do Brasil, vemos que são fronteiras que estão o tempo inteiro se deslocando. São fronteiras fluidas que demarcam ou sugerem limites entre mundos, que podiam ser bem identificados como mundos em guerra. Uma espécie de guerra na qual a primeira camada poderia ser percebida co(Continua...)
Antonio Donato - Para começar a responder essa pergunta, vale pensarmos na própria estrutura que gera o pensamento: o cérebro. Os ocidentais se encantaram com a capacidade analítica e de raciocínio abstrato propiciado pelo desenvolvimento do hemisfério esquerdo do cérebro - que é a única estrutura na natureza, em termos funcionai(Continua...)
Eliane Caffé: As principais e estruturais são a língua, o choque cultural e o trabalho.
Carla Caffé: A questão da moradia lida com hábitos íntimos e, muitas vezes, esse choque cultural vem de coisas básicas. No processo do filme tivemos uma experiência de conflito cultural muito impactante para mim. Algo comum para(Continua...)
Claudio Haddad: Acredito que já há um certo intercâmbio, porém o nível educacional médio no Brasil ainda deixa muito a desejar. Embora tenhamos feito muitos progressos nessa área em termos, principalmente, de quantidade de alunos que vão para a escola, a qualidade ainda é muito fraca - a qualidade média. Mesmo a qualidade nas es(Continua...)
Cripta Djan - O primeiro embate é a desobediência civil - ter uma postura de enfrentamento com o Estado, não seguir as leis estabelecidas. Tem a questão da visibilidade também, dessa busca existencial, dessa promoção existencial. É tudo isso misturado, né? São vários fatores que levam um cara a pixar, são várias motivações.(Continua...)
Kenarik Boujikian: O desafio que entendo premente é a necessidade de mudar a cultura dentro do próprio Judiciário. Vemos que uma grande parcela dele não tem clareza de que seu papel é garantir direitos fundamentais, direitos humanos. Dificilmente essa missão será concretizada se o Judiciário não enxergar como sua real função de(Continua...)
Laís Bronstein: Uma das artimanhas do Hejduk é a alternância que ele faz entre os termos “Masque” e “Mask”. “Masque” seria um baile de máscaras, um baile de disfarces, cuja tradução é mascarada, e "Mask" seria a máscara mesmo. A “Masque” pode ser entendida como um grande universo circunscrito em si, que inclui seus(Continua...)
Sergio Besserman: Nosso estoque de infraestrutura para viabilizar e organizar esse fluxo foi construído sem nenhuma racionalidade econômica. Nunca tivemos uma governança capaz de exercer planejamento de longo prazo e temos dificuldades de viabilizar soluções coletivas. Em consequência, hoje padecemos de uma infraestrutura de baixa p(Continua...)
Acho que a palavra trajetória é bastante enganosa porque sugere que há uma direção. Mas, se eu tivesse de descrever minha trajetória intelectual, eu diria que ela foi motivada mais pelas exigências pessoais das relações: onde eu estava, quem eu era. Sou indiana por nascimento e um produto de uma geração de pais que vivenciaram a Indep(Continua...)
É absolutamente lógico que as pessoas estejam em guerra. A condição de vida, de vida normal, já não existe mais. As pessoas estão vivendo em péssimas condições. Todo mundo sabe que, em última instância, o fim da Primeira Guerra Mundial foi provocado pela gripe espanhola, quando todos os soldados, de ambos os lados, ficaram muito doen(Continua...)
É uma trajetória interessante. Penso que a minha jornada é apenas uma das muitas jornadas que as pessoas afetadas pela guerra, ou por outras deslocações forçadas, enfrentam. A minha, em específico, começou em 1992, com o início da guerra na Bósnia. De um dia para o outro, percebemos que precisávamos partir. Você vai para o seu pequen(Continua...)
É até difícil sinalizar um momento em que eu me entendi nessa luta, porque para mim é uma rotina, uma sequência diária. Estou sempre defendendo alguma coisa e tentando entrar nos espaços que se mostram fechados. Isso foi uma constante em minha vida. Mas acho que tem um momento que eu comecei a entender que existia um movimento indígena o(Continua...)
Eu trabalho na Amazônia há quase 35 anos. O fio condutor sempre foi a ideia de que a informação de qualidade tem um peso decisivo no destino da região. Todas as coisas que eu faço têm a ver com geração de novos conhecimentos, com informação que faça sentido no contexto sociocultural e institucional da Amazônia, além do político-ec(Continua...)